
Fui trabalhar de chinelo, como não costumo fazer, bermuda e chinelo, parecia ser um sábado como qualquer outro, e era. Peguei o ônibus, desci nas barcas, esperei por 20 minutos a chegada da embarcação, o que me deixou estranhamente irritado para um dia de sábado. Chegando a embarcação, vi que não era um Catamarã, era uma barca mesmo, o que inicialmente me chateou profundamente, pela pressa que eu necessitava. Porém ao entrar na barca, fui obrigado a me desapressar, acostumado a entrar todos os dias com 1300 pessoas em um catamarã lotado, me senti diferente naquela pequena barca de madeira e ferro, desapressado consegui ver coisas que não vejo todos os dias, é engraçado como as vezes necessitamos de um dia igualmente diferente para nos acalmar.
Sentei em um banco sem maiores escolhas, não havia sol, no entanto era um dia claro. Na mesma baía de Guanabara, na mesma paisagem, o mesmo eu, saquei minha câmera importada da 25 de Março, que por acaso (de) resistia ,pelo esquecimento, na minha mochila, e tentei registrar alguns momentos da rápida viagem.
Chegando ao Rio, decidi continuar minha aventura de tentar fazer uma manhã igual em uma não tão igual, e continuei fotografando o que me chamava a atenção, não somente pelos olhos, mas principalmente pela alma.
Nessas fotos não tenho pretensões de ser fotografo artístico ou algo do tipo (escrever em um blog já é bastante complicado para mim), mas posso dizer que isso me fez um bem sem igual, foi quase que uma fuga de tudo o que perturba a alma de um cidadão carioca.
Hoje olhei as paisagens, vi pessoas e “momentos” através de uma lente que pôde congelar a realidade de instantes suficientemente marcantes. O mar, o atracar da barca, o túnel, o pão de açúcar escondido em seu mistério, e a feira que reúne o mendigo, o estranho, o lixo tecnológico, a arte e a guerra.








