Ai de mim que necessito de palavras
para ser entendido e entender.
Que tenho os olhos foscos, secos e vazios de mim,
nada dizem.
O corpo estranho, retesado, sem expressão;
O coração duro, a língua frouxa e o pensamento lento,
a poesia travada.
Ai de mim, que me falta grandeza de sentimentos,
sobrando assim, pequenez de humanidade.
Que sonho o pleno alcançável, mas nunca chego a tocá-lo.
Que guardo todo, todo o sentimento dentro de mim,
Derramando-os no seco papel em um conta-gotas infindável.
Que me falta o desejo de todo herói,
de paralisar diante do voraz feitiço de olhos nus.
Ai de mim que do meu peito sempre brotam favas de culpas em tudo,
que me vejo acima do bem e muito mais baixo que o mal.
Ajeito as pernas, olha para frente, e continua minha caminhada para trás.
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